segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

UMA HISTÓRIA REAL

A face negra de um olhar dissimulado
Elder Muniz * eldermuniz@yahoo.com.br

O que se esconde por trás de uma bela máscara de porcelana? Nada que o tempo não consiga revelar. Uma face negra de um olhar dissimulado! ocultado pelo desejo descabido de oprimir indiscriminadamente, a fim de demonstrar o mais medíocre sentimento de poder representativo, que lhe foi oferecido temporariamente, mas que tem data e hora para terminar.
Numa sociedade como a nossa, em que as pessoas vivem competindo umas com as outras, onde a solidariedade é atropelada pela força do escárnio devastador da ganância do homem, onde utilizam o dinheiro como a única forma de expressar poder, onde se formam personagens encantados que escondem suas faces negras por trás de máscaras de hipocrisia, onde uma pequena burguesia tripudia da miséria do povo ouvindo música clássica e tomando vinhos finos à beira da piscina de sua casa de praia. Não seria difícil definir o perfil de alguém que vende uma imagem de salvador da pátria, mas que na primeira oportunidade que lhe é dada comete equívocos grotescos para satisfazer vícios maquiavélicos de uma personalidade transviada.
O que esperar de um individuo que vive totalmente fora da realidade do povo? Alguém que emergiu dos bucólicos currais de terras vizinhas e que quer submergir todos aqueles que estão a sua volta, alguém que está tomado pelo mais vil dos sentimentos, o egoísmo. Um ser acima de todos outros, num mundo virado de cabeça para baixo, um arquétipo de administrador promíscuo que confunde o público com o privado, que tem suas noites de sono perturbada por um espectro negro oriundo de seu "passado dálmata". Um alguém que com suas ações esdrúxulas será apenas mais um, esquecido na multidão.
O que era para ser um sonho acabou se tornado um pesadelo, o que era para ser livre acabou virando escravo, o que era para ser futuro transformou-se em passado. Talvez vivam a ilusão de que este lugar que ocupam momentaneamente será eterno, talvez queiram fundar uma nova dinastia política na província insipiente que exploram, talvez queiram exercer um novo reinado para gerar um trono para o príncipe herdeiro; talvez a família Irreal caia no fosso que ela própria está cavando.
Neste lugar onde só há tempestade, espera-se que um dia haja bonança, que o povo aprenda com os erros, que a dor lhe traga ensinamentos, que o santo de casa também possa fazer milagres; e que nenhum forasteiro possa mais ser rei, enquanto o povo é bobo.? Quem não te conhece, que te compre doutor!?.
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* Elder Muniz é estudante do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de Sergipe e cidadão pirambuense

Fonte: http://www.tribunadapraia.com/acervo/noticias/2009_01/01_janeiro/1021.htm

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