segunda-feira, 27 de abril de 2009

Atrativos turísticos de Japaratuba – Parte I

Série disponibilizará atrativos históricos e naturais do celeiro da cultura sergipana

A partir desta data estaremos disponibilizando semanalmente neste espaço um conjunto de informações turísticas, históricas e culturais da cidade de Japaratuba. Iremos iniciar com uma espécie de inventário turístico desta cidade que é considerada um celeiro da cultura sergipana. As informações são retiradas de fontes locais e estaduais, recolhidas de personalidades famosas e anônimas.


Os primeiros textos falam sobre o Alto do Lavradio e Morro do Cocoroeste, produzidos pelo turismólogo Ronaldo Silva Santos, pelo poeta José Carlos Oliveira e pelo professor Jorge Marcelo Ramos. A escolha desta temática é também uma temática de incontáveis vozes que tem protestado contra a ocupação humana deste importante atrativo do ponto de vista científico e cultural, mas que tem passado ‘despercebido’ pela administração municipal.


I – Alto do Lavradio ¹


É conhecido também como Alto do Cocoroeste é o ponto mais elevado da cidade. A história conta que em 1968, alguns frades tentaram catequizar os índios, entre eles, o Frei Antônio da Piedade. Por volta de 1704, chegaram àquelas terras religiosos da Irmandade dos Carmelitas Calçados, liderados pelo Frei João da Santíssima Trindade. Logo houve uma epidemia de varíola e os índios, religiosos e colonos sobreviventes mudaram-se para um lugar mais alto denominado Alto do Lavradio. Os religiosos ergueram um convento e algumas casas foram construídas, surgindo a Missão de Japaratuba, que deu origem à atual cidade.


II – Sou o Morro do Cocoroeste ²


...Aos poucos estou morrendo!...


...aos poucos estou agonizando!...


O que antes era só verdes e fértil solo


Hoje, é terra seca e estéril


Não me restando nem o muro velho do cemitério...


Não perdi minha importância...


Mas, perdi meu orgulho da minha existência!...


O que antes dava sombras ao meu piso


Que amenizava a todos do forte calor


Agora o sol escaldante me atormenta e solto gemidos

Sem sentir dor

Gemidos de quem tá tomado de horror!...


...Aos poucos estou morrendo!...

...Aos poucos estou agonizando!...


Morrendo e agonizando, sem nada poder fazer...

a não ser rezar e pedir a deus, prá descansar em paz


Vou perecer


Pois que já sei que a qualquer momento estou me indo...


Vou morrer.


Vou morrer sem deixar descendente...


Vou morrer sem deixar vestígio... e,


Quando morto eu estiver


Meu real valor, vai ser reconhecido.


Mas, nada mais valerá, já que estarei enterrado, soterrado


E esquecido...


Lembrado só serei; e se assim o for


Com uma lápide, dizendo:


“aqui jaz, o morro do cocoroeste;


O alto do borgado;


O alto do lavradio!”...


...Homem; não te perdoo, pelo mau que a mim fizestes


E sei que vais ficar sempre sofrendo


Num lugar sujo, imundo e vazio!...

Sugado por vermes e pelo pó da mãe natureza


Que um dia me pariu!...


III – Revisão geográfica ³


Onde será que está o ponto mais alto de Japaratuba? O que era antes o Alto do Lavradio ou cemitério dos índios hoje é um terreno baldio que pela quantidade de areia que estão tirado para fazer a terraplanagem, dará fim em pouco tempo não só a o ponto mais alto da cidade de Japaratuba , mas a o marco inicial da história da cidade.


No local futuramente teremos um conjunto habitacional. Só espero que os moradores não encontrem fósseis nos quintais. No próximo concurso quem se habilita em responder: Qual o ponto mais alto de Japaratuba?


Notas:


¹ Texto transcrito do Portal da Prefeitura Municipal de Japaratuba


² Poema gentilmente cedido pelo poeta José Carlos de Oliveira


³ E-mail encaminhado por Jorge Marcelo Ramos, professor de Língua Portuguesa e Artes das redes municipal e estadual em Japaratuba.

Fonte: http://www.tribunadapraia.com/

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