segunda-feira, 16 de maio de 2011

Peleja do aluno Preguiçoso com o estudioso

Ofereço este cordel
Ao aluno esforçado,
Ao aluno preguiçoso,
Conversador ou calado
Em nome de toda classe
De nosso professorado.

Então eu irei narrar
Um duelo interessante
Deu-se em Mata Redonda
Com dois jovens estudantes.
Um não estudava nada
Outro estudava bastante.

Chico Tripa era um aluno
Que vivia a estudar
Brincava, jogava bola
Mas na hora de parar
Já ia pegando os livros
Pras tarefas aprontar.

Zé de Peba do contrário
Era um menino teimoso
Na escrita era péssimo
Também lia temeroso
Só que o seu problema era
Ser um grande preguiçoso.

Zé de Peba tinha raiva
Por Chico Tripa viver
Lendo livros na escola
E gostar de escrever.
Certo dia no recreio
Resolveu seu saco encher.

ZÉ DE PEBA
Olha só quem vem aí,
Expressou bem radiante,
-Esse vai é endoidar
Lendo livros nas estantes.
Papa-livro, olho de lupa,
Biblioteca ambulante.

CHICO TRIPA
Melhor ser biblioteca
Do que viver sem ser nada,
Que nem você que possui
A cabeça esvaziada,
Ou melhor, cheia de coisa:
Porcaria, bobeirada.

ZE DE PEBA
Cheleléu de professor,
Desses que são bem folgados,
Por isso é que você vive
Em tudo sendo aprovado.
Eu como não sou assim
Só tiro zero, coitado.

CHICO TRIPA
Eu passo porque estudo
Ninguém vivo a chaleirar,
Agora você devia
Vergonha na cara criar
E em suas horas vagas
Tirar tempo pra estudar.

ZÉ DE PEBA
Colega você não venha
Me dar lição de moral,
Eu não tiro nota boa
Não porque eu seja mal,
É que em vez de estudar
Eu toco meu berimbau.

CHICO TRIPA
Tocar berimbau meu caro
Não bota uma nota só
No diário, assim como
jogar bola ou dominó.
Estudar em tempo vago.
Esse é meu borogodó.

ZÉ DE PEBA
Você é um papa-livros,
Isso sim meu camarada.
Perde seu tempo estudando
Toda essa besteirada
Você quer que eu fique louco
Com tanta coisa estudada?

CHICO TRIPA
Meu amigo estudar
Já faz parte do viver.
Hoje ou você estuda
Ou quando você crescer,
Nunca vai ter um emprego
Ou talvez o que comer.

ZÉ DE PEBA
Não me venha com conversa,
Pois eu conheço pessoas
Que nunca pegaram em lápis
E hoje vivem numa boa
E até possuem casas
Nas praias de João Pessoa.

CHICO TRIPA
Mas hoje em dia é difícil
De esse fato acontecer.
Nos tempos de antigamente
Não se exigia o saber.
Hoje os meios de trabalho
Exigem mais de você.

ZÉ DE PEBA
Eu não penso em trabalhar
Pai e mãe quem me sustenta.
Por isso vivo a brincar
Minha mente não se atenta
Com negócio de estudo
Não sei como “tu aguenta.”

CHICO TRIPA
Às vezes tenho preguiça,
Mas ela não me domina,
Pois penso no meu futuro
E é isso que me anima.
Um dia serei doutor.
Essa será minha sina.

ZE DE PEBA
Penso em ser advogado,
Mas a preguiça é meu forte.
Eu nunca estudo uma prova,
Acho que não tenho sorte.
Faz seis anos que estudo
E nem sei onde é o norte.

CHICO TRIPA
Você precisa é pensar
No futuro de sua vida.
Um dia vai se casar
E vai ter que dar comida
À sua mulher e filhos
E aí qual a saída?

ZÉ DE PEBA
Você ta é me enrolando
Com conversa descabida,
Mas acho que tens razão
Tenho que pensar na vida.
Tirar tempo pra estudar
Aí está a saída.

CHICO TRIPA
Se quiseres captar
Um pouco desse aprendiz.
Vá amanhã lá em casa
A tarefa ainda não fiz.
Aí a gente faz junto,
O que você acha? Diz?

ZÉ DE PEBA
Espera, eu estou pensando:
Dou-te a resposta agora.
Amanhã bem à tardinha
Eu jogo conversa fora,
E aí depois eu venho
E a gente estuda uma hora.

CHICO TRIPA
Uma hora é bastante
Para quem quer aprender.
Faça como eu estude,
Mas estude pra valer
E aí as suas notas
Vão ser dez, você vai ver.

Estudantes sempre busquem
Seguir em tom esforçado.
Tarefa bem resolvida
Um prévio bom resultado.
Desejem ver a vitória.
Ajudem o menos dotado.

Nunca excluam um colega,
Tenha todos do seu lado
E só assim vocês todos
Serão o nosso legado.

de Manoel Messias Belizario Neto
João Pessoa - PB - por correio eletrônico
Fonte: http://www.mundojovem.com.br/poema-cordel-79.php

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