LITERATURA
DE CORDEL
MOCHA,
OEIRAS, MEU PIAUÍ
* Cordel elaborado por ocasião da realização da QUERMESSE JUNINA promovida pela SEMED/Pirambu
Alô
meu povão querido
Que
se encontra nessa praça
Que
todos estejam em paz
Não
gostamos de arruaça
Estamos
de prontidão
Com
o microfone na mão
Pra
dizer o que se passa
*
Na
História do Brasil
Muita
coisa aconteceu
O
branco veio da Europa
E
parece que enlouqueceu
Prendeu
e matou muita gente
Tratou
como indigente
Muitos
parentes meus
*
Nessa
prosa vamos tratar
De
um estado nordestino
Vamos lá
para o Piauí
E
embora eu seja um menino
Já
tenho o conhecimento
E
por aqui nesse momento
Mostro
que não sou traquino
*
Eu
também não sou traquino
Meu
parceiro de estrada
Estamos
no meio do povo
E
no quesito embolada
Eis
aqui um veterano
Vamos
simbora meu mano
Que
o povo quer ouvir toada
*
O
Estado do Piauí
É
um “nesgão” do sertão
Escreveu
Fonseca Neto
Sobre
esse imenso torrão
E
como outras cidades
Antes
da liberdade
Pertenceu
ao Maranhão
*
João
Pereira de Caldas
Foi
o primeiro governador
Desde
o século dezoito
Que
o Estado se formou
Antes
era uma capitania
Que
a todo instante crescia
E
com os anos se libertou
*
O
Sr. Domingos Afonso
Com
Jorge Velho seu xará
Foram
cruéis bandeirantes
Treinados
para matar
Trataram com covardia
E
com muita tirania
Cuidaram de dizimar
*
Dizimaram
nossos índios
Atitude
incompreensiva
As
terras viraram pasto
Para
a pecuária extensiva
A
Fazenda Cabrobó
Onde
pingo d´água dá nó
Em
nossa memória está viva
*
A
fazenda Cabrobó
Em
vila foi transformada
Se
chamou Vila de Mocha
De
Oeiras rebatizada
Mas
a origem do Piauí
Tem
ligação por aqui
Não
foi por acaso ou do nada
*
Quem
souber me diga rápido
O
que de fato é Pirambu
Quem
falou peixe acertou
E
pra rimar vem a nambu
Ave
lá da capoeira
Que
sai a toda carreira
Por
cima do mulungu
*
Olha
aí a nossa prova
Que
Pirambu tem ligação
Com
o Estado do Piauí
E aproveitando
a ocasião
Piau
é um peixe gostoso
Que
assado é delicioso
Mas o bom é o moquecão
*
Em
matéria de História
Nós
somos autoridade
O
meu Piauí foi o berço
Talvez
até da humanidade
É
um sítio arqueológico
E nesse
raciocínio lógico
Isso
é a mais pura verdade
*
Na
Serra da Capivara
Está
tudo registrado
Há
sessenta mil anos
O
povo lá do passado
Deixaram
aqui suas marcas
É
verdade não é farsa
A
ciência deu o atestado
*
O nosso
tempo esgotou
Vamos
passar a peteca
Para
entender o Piauí
Visite
uma biblioteca
Com
a capital Teresina
Encerramos
a nossa rima
Um
abraço e um cheiro na testa
Autor:
Profº Agnaldo Cordelista
Um comentário:
Temos que levar a cultura da literatura de Cordel adiante, pois representa a oralidade do povo nordestino!
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