terça-feira, 10 de junho de 2014

A História do Piauí



LITERATURA DE CORDEL
MOCHA, OEIRAS, MEU PIAUÍ

 * Cordel elaborado por ocasião da realização da QUERMESSE JUNINA promovida pela SEMED/Pirambu

Alô meu povão querido
Que se encontra nessa praça
Que todos estejam em paz
Não gostamos de arruaça
Estamos de prontidão
Com o microfone na mão
Pra dizer o que se passa
*
Na História do Brasil
Muita coisa aconteceu
O branco veio da Europa
E parece que enlouqueceu
Prendeu e matou muita gente
Tratou como indigente
Muitos parentes meus
*
Nessa prosa vamos tratar
De um estado nordestino
Vamos lá para o Piauí
E embora eu seja um menino
Já tenho o conhecimento
E por aqui nesse momento
Mostro que não sou traquino
*
Eu também não sou traquino
Meu parceiro de estrada
Estamos no meio do povo
E no quesito embolada
Eis aqui um veterano
Vamos simbora meu mano
Que o povo quer ouvir toada
*
O Estado do Piauí
É um “nesgão” do sertão
Escreveu Fonseca Neto
Sobre esse imenso torrão
E como outras cidades
Antes da liberdade
Pertenceu ao Maranhão
*
João Pereira de Caldas
Foi o primeiro governador
Desde o século dezoito
Que o Estado se formou
Antes era uma capitania
Que a todo instante crescia
E com os anos se libertou
*
O Sr. Domingos Afonso
Com Jorge Velho seu xará
Foram cruéis bandeirantes
Treinados para matar
Trataram com covardia
E com muita tirania
Cuidaram de dizimar
*
Dizimaram nossos índios
Atitude incompreensiva
As terras viraram pasto
Para a pecuária extensiva
A Fazenda Cabrobó
Onde pingo d´água dá nó
Em nossa memória está viva
*
A fazenda Cabrobó
Em vila foi transformada
Se chamou Vila de Mocha
De Oeiras rebatizada
Mas a origem do Piauí
Tem ligação por aqui
Não foi por acaso ou do nada
*
Quem souber me diga rápido
O que de fato é Pirambu
Quem falou peixe acertou
E pra rimar vem a nambu
Ave lá da capoeira
Que sai a toda carreira
Por cima do mulungu
*
Olha aí a nossa prova
Que Pirambu tem ligação
Com o Estado do Piauí
E aproveitando a ocasião
Piau é um peixe gostoso
Que assado é delicioso
Mas o bom é o moquecão
*
Em matéria de História
Nós somos autoridade
O meu Piauí foi o berço
Talvez até da humanidade
É um sítio arqueológico
E nesse raciocínio lógico
Isso é a mais pura verdade
*
Na Serra da Capivara
Está tudo registrado
Há sessenta mil anos
O povo lá do passado
Deixaram aqui suas marcas
É verdade não é farsa
A ciência deu o atestado
*
O nosso tempo esgotou
Vamos passar a peteca
Para entender o Piauí
Visite uma biblioteca
Com a capital Teresina
Encerramos a nossa rima
Um abraço e um cheiro na testa

Autor: Profº Agnaldo Cordelista

Um comentário:

Anônimo disse...

Temos que levar a cultura da literatura de Cordel adiante, pois representa a oralidade do povo nordestino!